O
GERMINA – Grupo de estudos em reflexão moral interdisciplinar e narratividade –
surgiu espontaneamente da afinidade de uma mesma premência compartilhada:
pensar o estatuto da moralidade desde uma perspectiva plural e muito mais
porosa do que a perspectiva de uma “filosofia moral tradicional”. É, num certo
sentido, uma reflexão que se quer “metaética”, mas apenas porque sua indagação
de fundo é aquela do significado da própria moralidade.
E é uma reflexão eminentemente interdisciplinar ao propor uma conversa com
áreas que contemplam igualmente aquele significado: artes, cinema, literatura,
quadrinhos, cultura, sociologia e história – pra começar. E, finalmente, é uma
reflexão que toma como ponto de partida o privilégio da narratividade sobre a
mera norma. Dito em outros termos: trata-se de pensar o papel (ou os papéis
possíveis) da narrativa na construção, de novo, daquele mesmo significado.
As
conversas propostas neste espaço vão tocar num ou noutro ponto da tríade acima
exposta. Desde uma concepção wittgensteiniana de gramática filosófica, tais
reflexões comporão fios de uma mesma teia, a qual, ao final, talvez nos forneça
uma ou outra imagem de nossas ideias em andamento. O objetivo central, mais do
que estabelecer teorias, fornecer definições ou tentar um sistema ético, é
buscar caminhos alternativos, múltiplos talvez, interdisciplinares e transdisciplinares
certamente, que superem aquilo que tenho chamado de clausura da norma. Daí uma “filosofia moral normativa” estar fora
de questão – e mesmo que se faça necessário, em algum ponto, pensar em algum
tipo de “prescritividade” ou “orientação”, ela talvez só seja realmente
possível depois de uma profunda revisão – ou de um reinventar – do vocabulário
filosófico. Ou, pelo menos, depois do resgate de certos termos e conceitos
sequestrados pela tradição estabelecida. Um resgate de significados que também
já não se deixa sufocar por uma suposta primazia de um saber filosófico insular.
Os
colaboradores do grupo e do blog compartilham, assim, de uma reflexão que se
quer plural, complexa, aberta, crítica, e desconfiada das fronteiras
intransponíveis dadas com e por palavras rígidas, e desconfiada das verdades
que não se questionam mais em seu engessamento.
São
conversas, portanto, de fato. Abertas aos vários caminhos ainda por trilhar.
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